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Tópicos Sober Liberdade. Parte 4

Para quem estava com saudades aqui está mais um Tópico Sobre Liberdade. Relembrando o que já vimos anteriormente, tanto para refrescar a memória quanto para aqueles que estão chegando agora no Micose Mental. Vamos lá:

Tópicos sobre Liberdade. Parte 1 – Definição de Liberdade

Tópicos sobre Liberdade. Parte 2Liberdade para os Filósofos Antigos (Sócrates e Pré-Socráticos)

Tópicos sobre Liberdade. Parte 3 – Liberdade para Platão,  Aristóteles, Santo Agostinho, e São Tomás de Aquino

Na Parte 4 estaremos entrando já na Idade Moderna, e as coisas começam a ficar um pouco mais complicadas, portanto não vou falar dela de uma vez só, vou colocando os texto aos poucos, abordando um Pensador por vez. Hoje ficaremos com uma pequena introdução e com a Liberdade definda por René Descartes.

E Lá Vamos Nós…..

Na modernidade que se abre com o cartesianismo, a liberdade ainda está arraigada à concepção religiosa. A graça divina e o conhecimento natural, longe de restringirem a liberdade, a aumentam e a fortalecem. Na indiferença a estes princípios não existe liberdade. A Era Moderna se abre, então,  não satisfeita com as verdades  absolutas da época anterior. Para a era medieval o mundo já estava pronto, acabado. E a questão da liberdade começava a inquietar o homem.

Para o homem moderno a liberdade sugere que o mundo necessita de novas verdades, e dissecar até mesmo aquelas tradicionalmente aceitas. A liberdade nasce do logos, i.e, da razão que questiona o mundo já totalmente descoberto. A liberdade exige horizontes novos, espaços novos para se exercitar.

Vejamos um pouco, agora, a questão da liberdade na visão de Descarte:

Descarte investe contra o sectarismo e o fanatismo, duas prisões do espírito humano e defende a     liberdade de pensar, porque somente exercitando essa liberdade pode o homem justificar sua existência.Assim sendo acaba até mesmo justificando a liberdade dentro da corrente filosófica do empirismo, quando afirma a existência da res cogitans e da res extensa. A res extensa, que abarca a materialidade dos seres ou sua natureza, fundamento do empirismo, que é a fonte  do conhecimento, nega as verdades acabadas, dando espaço para o crescimento da ciência experimental e, portanto, para a liberdade. Tanto que o Estado, para a visão empirista, brota da livre vontade dos homens e não como decorrência da natureza racional humana.

Descartes, recorrendo à existência de Deus como a terceira  verdade na ordem da construção do seu sistema filosófico, resolve o problema da solidão do sujeito e arranja um ponto de apoio para sustentar a veracidade do conhecimento. De fato não seria lógico que  uma vez descoberto o ser pensante, o cogitans, que se apreende como tal existente, fosse  logo em seguida condenado à solidão e à ilusão. A veracidade das idéias do logos, entenda-se, desde que claras e distintas, encontra-se garantida pela própria veracidade de Deus. Com esse respaldo de cunho escolástico, pode o homem aventurar-se no mundo material de que os sentidos lhe dão testemunho.

Assim, a liberdade está no racionalismo, fundamentada na autonomia da razão que implica, negativamente, que o seu exercício não seja regulado por nenhuma instância exterior e estranha à própria razão, seja ela a tradição, a autoridade ou a fé religiosa. Positivamente, para o racionalismo, a autonomia da razão implica que esta é o princípio e o tribunal supremo a quem compete julgar do verdadeiro e do conveniente, tanto do âmbito do conhecimento teórico, como no domínio da atividade moral ou política, isto é, no âmbito da liberdade exterior de agir.

Informação adicional: RES COGITANS E RES EXTENSA: enquanto a razão se tornava alma, coisa pensante (res cogitans), o espaço, por seu turno, tornava-se realidade material, coisa extensa (res extensa). Esta é a dualidade cartesiana.

Semana que vem, eu volto com a parte 5 do Tópicos….

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